Levantamento das Políticas de Ação Afirmativa nas Universidades Públicas brasileiras (2020).
Neste levantamento, analisamos as políticas de ação afirmativa nas universidades públicas brasileiras em 2020, ano em que a crise causada pela pandemia da Covid 19 assolava o país. Os dados foram obtidos dos manuais de candidatos, editais, termos de adesão ao SiSU e, em uma segunda categoria de documentos, da apreciação de documentos judiciais e de matérias jornalísticas.
Os principais resultados do levantamento indicam que: a) as universidades federais continuam reservando mais vagas que as estaduais; b) as universidades federais reservam mais vagas de recorte racial, enquanto nas estaduais as reservas prevalecentes são as de recorte não-racial (baseadas, majoritariamente, na origem na escola pública dos estudantes e na renda destes); c) vestibulares específicos, voltados para minorias como quilombolas e indígenas, embora poucos, estão mais presentes nas universidades federais do que nas estaduais; d) no agregado, as universidades estaduais do Norte têm um índice de inclusão racial muito pequeno; e) o número de vagas reservadas nas universidades estaduais nunca ultrapassou o da ampla concorrência, como aconteceu com as federais; ainda assim, nas primeiras, a diferença entre as duas modalidades de ingresso vem caindo consideravelmente desde 2017, encontrando-se, em 2020, em seu menor patamar.