O Grupo de Estudos Multidisciplinar da Ação Afirmativa (GEMAA) é um núcleo de pesquisa com inscrição no CNPq e sede no IESP-UERJ. Criado em 2008 com o intuito de produzir estudos sobre ação afirmativa a partir de uma variedade de abordagens metodológicas, o GEMAA ampliou sua área de atuação e hoje desenvolve investigações sobre a representação de raça e gênero na educação, na mídia, na política e em diversas outras esferas da vida social. Além das atividades de pesquisa, o grupo tem ampla participação no debate acadêmico e jornalístico, seja pela produção de dados sistemáticos sobre nossas desigualdades, seja pela disseminação de análises sobre nossa realidade social. O GEMAA também realiza diversos eventos para discutir seus levantamentos e questões candentes do momento.
“Servidoras da ANCINE organizam o I Seminário Diversidades, com apresentação da pesquisa do Gemaa (Grupo de Estudos Multidisciplinar da Ação Afirmativa), da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), “A Cara do Cinema Nacional”, que investigou gênero e raça nas obras brasileiras. Por iniciativa do corpo técnico da Agência, o Seminário Diversidades passa a ser realizado anualmente para discutir a produção audiovisual de mulheres e negros e o papel institucional da ANCINE na promoção de maior equidade de gênero e raça no mercado por ela fomentado e regulado.”
“Que os negros são a maioria da população brasileira. mas a minoria na televisão. todos nós sabemos. Outro dia li um texto sobre os estereótipos das novelas brasileiras, escrito pela Lara Vascouto, criadora do site Nó de Oito. que mostra que o buraco é mais embaixo. O Geema (Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa) resolveu calcular quantas vezes os negros tiveram papéis centrais nas novelas, e aí a discrepância com relação aos brancos é realmente estarrecedora. Não quero ficar aqui repetindo o artigo d~ mas não resisto a apresentar alguns números”
Lázaro Ramos no livro “Na Minha Pele” (Editora Objetiva, 2017)
“Enquanto atores brancos e atrizes brancas recebem amplas oportunidades de representação na indústria audiovisual, negros e negras ainda lutam para que suas atuações não firam a humanidade de pessoas negras. Do mesmo modo, ainda são poucos os cineastas, roteiristas e produtores negros: as opções ficam limitadas como resultado do racismo estrutural. Nas redações de jornais não é diferente. Segundo o Grupo de Estudos Multidisciplinar da Ação Afirmativa (Gemaa), núcleo de pesquisas sediado na Uerj, nem 10% dos colunistas dos grandes jornais são negros. No meu caso, quando comecei a escrever na CartaCapital, comentando filmes, livros ou textos de outras pessoas, mais de uma vez alguém ligou furioso na redação, dizendo que eu não havia entendido o que quiseram dizer. Eu achava curioso, pois era como se a crítica de uma pessoa negra ao trabalho de uma pessoa branca rompesse com o pacto narcísico. O racismo conhece o potencial transformador da potente voz de grupos historicamente silenciados”
Djamila Ribeiro no livro “Pequeno Manual Antirracista” (Companhia das Letras, 2019)